Sem acordo com empresários, rodoviários fazem paralisação relâmpago

Não há acordo sobre reajuste salarial da categoria

Foto:Renato Araújo


Os trabalhadores rodoviários do Distrito Federal cruzaram os braços no final da manhã desta quarta-feira (27), em paralisação que deve durar até as 15 horas, segundo o sindicato da categoria. A entidade garante que houve adesão de 100% dos motoristas e cobradores das cooperativas e empresas que operam o sistema de mobilidade urbana.

A causa da paralisação, segundo o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Luiz Cláudio Galvão, é a falta de acordo entre trabalhadores e empresários sobre o reajuste salarial da categoria. “Estamos chegando ao fim de maio, mês da nossa data-base, e eles não apresentaram propostas satisfatórias”, queixa-se. Galvão diz que a categoria tem uma assembleia marcada para domingo (31), com indicativo de greve.

O governo de Brasília está acompanhando de perto a paralisação e vai tomar as medidas judiciais cabíveis para garantir a continuidade do serviço. A decisão dos rodoviários de cruzar os braços, que prejudicou mais de um milhão de passageiros, foi tomada sem o aviso-prévio previsto em lei, que é de no mínimo 72 horas de antecedência. A Secretaria de Mobilidade entende que as negociações salariais dos rodoviários são um assunto das empresas — que não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.

Gratuidade
O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) informou que vai pagar, até a sexta-feira (29), a parcela em atraso referente aos repasse das gratuidades — Passe Livre Estudantil e portadores de necessidades especiais — devida às cooperativas de ônibus de Brasília.

Com relação à Cooperativa Brasiliense de Transportes Autônomos, Escolares, Turismo e Especiais do Distrito Federal (Coobrataete), o DFTrans informa que serão repassados R$ 38.601,50 referentes às gratuidades. Os motoristas e cobradores da cooperativa paralisaram as atividades na manhã desta quarta-feira (27), prejudicando 42 mil passageiros do Paranoá, Varjão, Lagos Sul e Norte, Itapoã e Planaltina.

Raimundo Carvalho, diretor do Sindicato dos Rodoviários que acompanha a paralisação dos motoristas da Coobrataete, diz que os trabalhadores não vão retomar as atividades até que o pagamento do salário e da cesta básica de maio seja feito — o que deveria ter acontecido no dia 10.

Evis Peres, administrador da Coobrataete, diz que não há condições de quitar os débitos com os motoristas e cobradores, já que teria R$ 900 mil a receber do governo, valor pendente de pagamento desde 2014 — o que comprometeria o caixa da cooperativa.

Fonte: Redação.

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