Escolha correta de árvores evita danos no edifício

Elas podem ser frondosas e floridas. Proporcionam a sombra nos dias ensolarados de verão, e muitas dão frutos saborosos



As árvores são, sem dúvida, espécies de plantas que enfeitam qualquer condomínio, mas sem os cuidados preventivos, podem causar danos.

É muito comum encontrar condomínios com jardins bem cuidados, com grande variedade de plantas, que normalmente são mantidas por um jardineiro. No entanto, algumas espécies, apesar de chamarem muito a atenção pela beleza, não são apropriadas para condomínios.

De acordo com o engenheiro agrônomo e paisagista Márcio Atalla, é preciso que síndico e moradores procurem conhecer as espécies antes de optarem pelo plantio. Em alguns casos, árvores de grande porte podem até danificar a estrutura dos prédios ou da rede elétrica. É o caso do fícus, da palmeira imperial e da quaresmeira. São árvores muito bonitas, mas que pelo tamanho – a palmeira pode atingir até 15 metros -, somente são apropriadas para espaços muito grandes, o que é cada vez mais difícil de se encontrar nas grandes cidades.

De acordo com Márcio, o ideal seriam os arbustos ou árvores de pequeno porte. “Um exemplo é o flamboyant mirim, que geralmente tem de três a cinco metros. Não atinge a rede elétrica”, diz ele. Márcio também recomenda a contratação de um profissional que conheça bem as espécies adequadas a cada espaço. “Com o jardim a preocupação é lá na frente. Muitas árvores não são plantadas adequadamente. Aí é que acontecem os problemas no condomínio, de galhos quebrarem janelas ou as raízes perfurarem o solo e danificarem a garagem. E aí, para consertar fica muito mais caro. É preferível gastar um pouco mais para ter responsabilidade na formação do jardim”, alerta.

Manutenção – De acordo com Márcio, a poda geralmente é feita após a floração, que pode ser no fim do inverno ou início da primavera. E é aí que entra um importante detalhe. A poda, além de seguir as características de cada árvore também deve respeitar a legislação municipal.

Segundo o engenheiro florestal da secretaria municipal de meio ambiente, Agnius Rocha, qualquer retirada ou poda de árvores em terreno particular precisa de autorização. “O pedido pode ser feito na regional onde a pessoa mora. O engenheiro avalia a situação da árvore e a argumentação de quem solicitou”, afirma. Em todos os casos, é exigida a abertura de processo, com uma série de documentos. Para o condomínio é necessária a apresentação da ata da assembleia que concordou com a retirada da árvore. Agnius explica ainda, que as regionais também costumam aceitar abaixo-assinados no lugar da ata.

Depois de iniciado o processo, é dado um prazo de cerca de 10 dias para a resposta da prefeitura. Entre os critérios analisados para a poda ou retirada total da árvore estão a espécie, onde ela está plantada, qual o incômodo ou o potencial de incômodo (projeção para o futuro próximo) que ela causa. Até os fatores emocionais sobre os moradores do prédio são observados, além é claro, das condições de segurança, como a sombra a noite, que pode esconder um criminoso. Uma vez autorizado, é o condomínio que deve arcar com os gastos do corte e da retirada do tronco.

Lei – A prefeitura também observa a legislação estadual que protege algumas espécies antes de autorizar a poda ou a retirada. São os casos do ipê amarelo, do pequi e da araucária, mais conhecida como pinheiro brasileiro. Nesses casos, o corte só é permitido se as árvores estiverem colocando em risco a segurança das pessoas.

Outra norma que entrou recentemente em vigor é a deliberação normativa 67, que determina a compensação ambiental. A nova regra diz que para cada árvore cortada na capital mineira, outra deve ser plantada. No entanto, segundo Agnius, a regra só vale para empreendimentos, como a construção de edifícios.

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Via pública
Há algum tempo, toda vez que chove ou venta forte em Belo Horizonte, o Corpo de Bombeiros registra significativo número de queda de árvores. Em janeiro deste ano, uma espécie de grande porte caiu em plena avenida Brasil, região centro-sul, congestionando o trânsito por horas. Foram necessários dois dias para que todos os galhos fossem removidos. Ocorrência mais grave aconteceu no Barreiro. Uma árvore que estava dentro do hospital Júlia Kubstchek caiu sobre uma guarita e matou três pessoas que se abrigavam da chuva.

Quando o cidadão perceber que uma árvore está em risco, pode ligar para a prefeitura e solicitar a vistoria. “As regionais fazem vistorias periódicas, mas a população pode solicitar a visita do engenheiro em caso de risco no serviço de atendimento do cidadão ou nas centrais de atendimento das regionais”, explica o engenheiro florestal da secretaria municipal de meio ambiente, Agnius Rocha. Neste caso, o poder público arca com todos os gastos.

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