A deputada Sandra Faraj (Solidariedade/DF) fez nesta sexta-feira (11) sua primeira reunião com um grupo de blogueiros do Distrito Federal, em Águas Claras. Disse que não é candidata à presidência da Câmara Legislativa. Admitiu que o Poder Legislativo está muito machucado e o momento é de todos trabalharem para o fortalecimento da instituição
Sandra Faraj não antecipou se vai apoiar alguém para a presidência da Câmara pois “ ainda não sabemos quem são os candidatos”. Revelou sua preocupação com avaliação dos colégios no Brasil. Lamentou que “ o Distrito federal tem a pior das avaliações das escolas do país. O adolescente tem perdido o foco”.
De seus projetos que se transformaram em lei, Sandra Faraj, destacou como principal o Atestado Médico Digital. “Sou apaixonada por ele. Um dos grandes entraves da nossa sociedade se chama saúde. A falta de planejamento é uma coisa que me preocupa muito. A gente tem orçamento para a saúde, mas não temos políticas preventivas baseadas em dados”.
Sandra Faraj explicou que “o atestado médico digital tem dois aspectos muito legais; primeiro, começa a identificar quais as enfermidades que afastam as pessoas do trabalho. Muitas pessoas não vão trabalhar por causa de bronquite. O atestado médico começa a trazer dados de como realmente a saúde das pessoas está. E inibe a emissão de atestados falsos. ”
A parlamentar perguntou se alguém tem noção de quanto o Governo de Brasília gasta por ano com absenteísmo e atestados duvidosos? E respondeu: “427 milhões por ano. Só o GDF, fora a área privada. Além disso, quando um médico não vai trabalhar, num posto de saúde, por exemplo, tem que ser substituído e essa substituição atrai um custo alto. E existe hoje a facilidade das pessoas de, na boa, dar atestado falso. Ou comprar a R$ 20,00 reais no CONIC, um atestado para a pessoa prolongar o final de semana”, denunciou.
Segundo Sandra Faraj, o atestado médico digital ainda cria banco de dados para o governo se balizar e poder fazer uma avaliação permanente, para compra de remédios e acompanhamento. Começa a haver um histórico.
Esse projeto foi aprovado, se tornou lei, foi sancionado, foi regulamentado. Agora, já passou o prazo do governo colocá-lo em prática, era junho deste ano. Esse projeto é tão bom, argumentou, que sete estados entraram em contato com o Gabinete e já o implementaram.
Preconceito Contra Evangélicos
Para a deputada, há um preconceito contra os evangélicos. Disse que Muitas vezes “nós cristãos levamos muito desses rótulos de um certo preconceito contra evangélicos. Se você olhar a política no histórico do Brasil, nunca falam assim: o Ricardo ,espírita foi pego na operação tal. O Sandro, católico foi preso na operação tal. Nunca acontece isso. Isso é exclusivo para evangélicos. Eu acho um tremendo preconceito porque isso trata da nossa fé. Eu sei que tanto o espírita, quanto o candomblé, quanto o católico, todos tem princípios. Todos tens princípios que tem que guardar também. Mas ninguém menciona religião de ninguém, a não ser evangélico. Todo mundo tem a sua fé. Aqueles que não tem fé também tem seus princípios. É o que ele identifica como certo, errado. Não é certo fazer isso. É lógico que vai ter um tempo que você vai quebrar o princípio por um motivo ou outro. O que a gente puder fazer para ter um posicionamento correto, a gente tem que fazer em qualquer área, independentemente de ser política”, assinalou a parlamentar.
Prudência na resposta
Perguntado se os deputados evangélicos envolvidos em denúncias na mesa da Câmara Legislativa quebraram alguns princípios ? Respondeu com prudência: “Eu não gostaria de julgar os colegas porque, especialmente, nesta última operação que envolveu a mesa diretora existem muitos questionamentos do que realmente aconteceu, do que foi feita a perícia, se foi editado, se não foi editado. Acho que esta última operação não está clara. Eu entendo que existem coisas que serão descobertas, fatos que ainda serão descobertos. Sou muito cuidadosa no pré-julgamento.”
Poliamorosa e Sexualidade
Sobre seu posicionamento a respeito da família, Sandra Faraj afirmou que “ a gente tem que ter coerência em tudo. Existe o outro lado, não conservador. Eu respeito muito. Agora, eu não acho que as crianças devem ser doutrinadas na escola. Eu vou continuar defendendo as crianças. Vocês não vão me ver omissa.”
Episódio Insano
Para a deputada, o episódio da escola de Ceilândia, “foi tão insano da parte deles. Crianças e adolescentes tendo aulas de poliamorosa e sexualidade. O nosso questionamento não foi homofobia. Pense em seus filhos e o professor chega e diz: Olha, pode fazer sexo com a mesa, com a cadeira, com o seu cachorro. Ou então, você pode fazer amor com ele e comigo, não importa, o importante é você ser feliz. Não é isso que você quer para seus filhos. Você quer outros valores. Acho que isso pode ser tratado em âmbito de faculdade onde o jovem está pronto. ”
Aluna Deixa a Escola
O que aconteceu na Ceilândia? Ela explica: “o professor deu a orientação ao aluno. O aluno falou com a mãe, a mãe nos procurou e falou que a aluna estava constrangida e que não quer mais ir à aula. Ela não concorda, ela não se sente bem. A fonte que deram para consultas, é altamente pesada. Nós que somos adultos, talvez, alguns de nós, nunca tenhamos entrado num site desses, mesmo enquanto adultos. Pesadíssimo” acentuou Sandra Faraj.
Expondo ao Perigo
“O professor, em vez de preservar, questiona a deputada,o que fez? Soltou na imprensa o questionamento. Expondo à criança ao perigo. Outra coisa que ninguém se atentou é que depois, o professor na sala de aula expos a aluna. Perguntou quem foi o dedo duro que contou o episódio. E o pior, no dia seguinte, um aluno chegou com o estilete ameaçando, dizendo: pode deixar que a gente vai dar um jeito no dedo duro, professor. A menina nunca mais voltou para a sala de aula, saiu do colégio. A gente não pensa na consequência. O meu grande desafio é a criança. ”
Blogueiros presentes: Sandro Gianelli, Ricardo Callado, Rodrigo Mercucio, Paulo Roberto, Fred lima, Hamilton Silva, Chiquinho Dornas, Eldo gomes, Ricardo Bombeiros, Marc Arnoldo, Idovan Araujo, Luciano Lima, Caio (Congresso em Foco).
Edgar Lisboa, Agência Digital News