Lavadores de carros buscam alternativas para crise hídrica

Racionamento chega ao centro de Brasília e assusta quem depende da água para trabalhar no dia a dia

O Distrito Federal enfrenta a maior crise hídrica da história. A situação de emergência foi decretada no fim de janeiro e 14 regiões administrativas estão sob racionamento. Cerca de 2 milhões de pessoas têm água seis dias sim, um não, segundo a Caesb. Em 20 de fevereiro, o volume de água do reservatório do Descoberto chegou a 37,49%, maior índice desde novembro de 2016. O racionamento para regiões abastecidas por essa bacia começou em 16 de janeiro. Já o reservatório de Santa Maria marcava 45%, tendo subido menos de um ponto percentual em uma semana, segundo o site da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa).

O racionamento, que já atingia outras áreas do DF, chegou ao centro de Brasília no fim de fevereiro. O corte atinge agora também Asa Norte, Asa Sul, Lago Norte, Lago Sul, Noroeste, Sudoeste, Varjão, Taquari, Jardins Mangueiral, Paranoá, Itapoã, Setor de Oficinas Sul, Park Sul, Cruzeiro, Octogonal, Setor Militar Urbano, Setor de Indústria e Abastecimento e Estrutural.

A crise não afeta apenas os comércios formais. Um exemplo é o dos lavadores de carros, que atuam em estacionamentos e usam geralmente água dos prédios mais próximos. Muitos dependem desse trabalho para sustentar suas famílias, como José Francisco, 53, que há oito anos lava carros na Asa Norte. Ele conta que nunca tinha vivido algo parecido e que não pode ficar parado pois sustenta a esposa e os três filhos.

Como é conhecido na região, o lavador está negociando para que possa estocar um pouco de água e assim trabalhar no dia em que a rede for desligada. “A gente tem que dar um jeito, se não tiver água a gente oferece para limpar pelo menos a parte de dentro com pano úmido e aspirador”, diz José.

Armazenamento de água em grande quantidade para os dia de racionamento

Jorge Vieira, 44 anos, que há 15 trabalha no estacionamento de um shopping no centro da capital, já sentiu o efeito da crise hídrica: “Além da pressão ter diminuída, algumas torneiras do shopping, já foram desativadas, quero ver como vai ser daqui pra frente”. Preocupado com o racionamento, Jorge explica que não sabe o que fazer nos dias de torneira seca.

Não e só o comercio informal que vem sofrendo com a crise hídrica. Segundo a Fecomércio, o varejo deve economizar o máximo de água possível podendo até reaproveitar em certos casos. Confira o gráfico da programação do racionamento da barragem de Santa Maria, bacia que abastece o centro da capital:


Gráfico no site da Caesb

Por Hudson Luiz.
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