Quer personalizar a sua festa? Invista em um projeto e faça você mesmo

Cresce o número de pessoas que organizam as próprias festas, ao invés de contratar empresas especializadas. Com criatividade, é possível economizar

Duas fornecedoras tradicionais de artigos para festas de Brasília confirmam uma tendência: entre 50 e 60% das pessoas têm preferido fazer as suas próprias festas a contratar empresas especializadas. Entre os motivos estão a crise financeira, a desconfiança após episódios de calote e uma certa dose de saudosismo.

Até a década de 1990, festa de aniversário representava a família inteira reunida para enrolar brigadeiro e encher balão. O bolo simples, feito em casa, e os quitutes eram pipoca, cachorro quente e pão de queijo, com muito suco de “saquinho”. Mas a comodidade de contratar uma festa pronta, com animação, decoração e buffet prevaleceu nas últimas décadas, principalmente por causa da inserção feminina no mercado de trabalho.

Márcia Prestes afirma que muitas vezes, pelo preço de uma lembrancinha, você compra material para fazer vinte. Foto: Reprodução Internet

Nos últimos dois anos, a situação mudou. Segundo conta a gerente da Festiva, Maria José Kozovits, as pessoas voltaram a fazer festas no próprio prédio, em parques, nos pilotis do bloco, nas escolas. A loja de artigos de festas, com 54 anos de funcionamento, tem vendedores para auxiliar clientes e oferece cursos de confeitaria devido à demanda daqueles que querem aprender a fazer os próprios doces.

Mas as festas Do It Yourself (DIY) – termo em inglês que significa faça você mesmo – não regrediram no quesito elaboração. De acordo com Daiane Correa, gerente da Casa e Festa, da Asa Sul, a internet é aliada para que as pessoas consigam economizar e ainda personalizar itens da festa. “As pessoas tem evitado o produto licenciado (marcas como Disney e Pixar) porque é muito mais caro, mas não deixam de fazer uma festa bonita, principalmente para impressionar os adultos”.

Daiane explica que é possível fazer uma festa da Minnie trocando um prato licenciado, que custa R$ 13,90, por um prato vermelho liso, que custa R$ 0,80, e personalizá-lo com adesivos, artesanato e muita criatividade.

Márcia Prestes, enfermeira aposentada, é quem faz todas as festas de aniversário da netinha Júlia, de 4 anos. Mora em Viamão, no Rio Grande do Sul, mas fica em Brasília cerca de um mês para os preparativos. “Além de ficar mais barato, fica do jeito que você quer. Muitas vezes, pelo preço de uma lembrancinha, você compra material para fazer vinte”.

Toda a decoração, as formas para doces, lembrancinhas, o bolo fake e o vestido da aniversariante são confeccionados por Márcia, que foi contratada para fazer uma festa de debutante após o sucesso das festas de Júlia.

Casamento DIY
Mariana Reis organizou o próprio casamento com ajuda da família e amigos. Foto: Arquivo Pessoal

É possível organizar o próprio casamento? Com pouca grana e muita disposição, alguns casais conseguem uma festa com a sua cara.

A jornalista Mariana Reis Mendes se casou em abril do ano passado, após a formatura do então noivo e a mudança de Palmas, capital do Tocantins, para Trindade, em Goiás. A prioridade do casal era a viagem de lua de mel. “A gente queria uma festa simples, com a nossa cara, sem frescura, que todo mundo se divertisse e que não ficasse caro”.

Mariana escolheu um lugar bonito, ao ar livre, para economizar na decoração, feita com origamis, garrafas recicladas, juta e papelão. A noiva também fez o próprio buquê e o das madrinhas, com a ajuda da família e de amigas. O som da festa foi emprestado do sogro, um amigo fez a discotecagem e no final, Mariana gastou cerca de R$ 7 mil com o buffet, chopp, o vestido, cobertura fotográfica e o aluguel do espaço.

“A única coisa que eu queria no meu casamento era aproveitar a minha festa. Não quis vestido enorme, salto alto, aquela formalidade de abrir champanhe, cortar bolo. Eu não quis nada disso e não me arrependo”, conta.

Internet é grande aliada

Para aqueles que pretendem colocar a mão na massa e fazer uma festa DIY, a internet é a maior aliada. Existem sites, blogs, grupos nas redes sociais que servem para divulgar boas ideias e trocar experiências.

Há seis anos, a juíza de direito Karen Schubert Reimer fundou o site Fazendo a Minha Festa, que cresceu tanto que se desdobrou em outros quatro: Fazendo a Nossa Festa, em parceria com a amiga Aline Gasda, o Fazendo a Minha Festa de Casamento, DIY Mommy e Erellim Viajante.

“Eu sempre fiz as festinhas da minha filha, daí comecei a fazer as artes digitais para os filhos de primas e amigas. Meu marido então teve a ideia de colocar os modelos num blog ao invés de mandar uma a uma por e-mail. Um dia as imagens caíram no Google, e então a audiência do blog disparou”, conta.

Nos sites, é possível encontrar kits completos para imprimir em casa. É só baixar e se animar para cortar convites, bandeirolas, lembrancinhas, formas para doces e rótulos.

Organização é fundamental, principalmente, para garantir que todo esse material artesanal esteja pronto no dia da festa. É recomendado começar os preparativos com bastante antecedência, fazer um check-list ou um diário, solicitar ajuda de familiares e amigos, e comprar todo o material necessário para a confecção das peças.

Avaliar a habilidade e o tempo disponível também são fatores fundamentais. “É preciso ser realista e perguntar a si mesma se você terá tempo para o artesanato depois do trabalho e nos finais de semana. Além disso, deve ser algo prazeroso. A última coisa que uma pessoa vai querer é descobrir no meio do caminho, depois de perder horas e horas que essa não é a sua praia”, alerta Karen.








Por: Ohanna Patiele.
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