Estas atitudes podem acabar com a sua relação sem que você saiba bem porquê!
Saiba quais são as atitudes tóxicas que podem condenar a sua relação e fazê-la “evaporar-se”, isto é, acabar sem saber bem porquê!
1 - “ATACAR E SER ATACADO”
Observei e constatei ao longo de todos estes anos enquanto acompanhava casais que a maioria deles conversavam sobre as suas divergências “armados até aos dentes”!
Cada um tinha “um exercito preparado para disparar as mais variadas armas”.
Muitas vezes, perguntei:
Como é que duas pessoas que dizem gostar uma da outra, pensam e se tratam tão mal? Que conceção de amor é esta que vos faz repetidamente “entrar num ringue” e lutar para ver quem é mais forte, e quem derruba o outro? Que querer bem é este que ainda que o outro se dê por “vencido”, os faz permanecer “em cima dele”, contando os segundos até à vitória, como se se trata-se de um verdadeiro combate de boxe?
Nenhum. Amor nenhum. Bem querer nenhum. Independentemente da forma que revista, mais ou menos discreto, à porta fechada ou mesmo na via publica, mais baixinho ou aos gritos, isto não é, nem nunca será amor, nem neste, nem em qualquer outro mundo. E, se as pessoas confundem amor com atropelo, defesa e ataque, o problema é sério mesmo, e talvez esta seja uma das causas do numero dramático de depressões.
Ninguém pode dizer que ama ou sentir-se amado no meio de uma guerra em que se decide quem manda em quem, quem tem mais poder, quem consegue manipular quem, ou quem controla e domina o outro e a relação. Isso nada tem a ver com amor.
Numa relação de Amor, não importa quem tem razão, importa o Amor. Não importa quem ganha, importa se ganham os dois.
Não importa quem controla ou domina, porque essas são palavras que não existem no dicionário do amor.
Não importa quem tem poder, pois o mais importante é que esse amor seja o maior e mais poderoso possível, e os dois tudo fazem para que isso aconteça, todos os momentos da sua vida.
Defesas todos temos, e todos as utilizamos da porta para fora, todos os dias da nossa vida.
O mundo não é uma selva, mas também não é um lugar seguro onde possamos andar despreocupados vinte e quatro sob vinte e quatro horas. O amor e uma relação de amor, só tem sentido se for esse lugar seguro ou porto de abrigo, onde na porta de entrada existe um letreiro que diz “o Amor constrói-se sobre as tuas e as minhas fragilidades, com transparência e sem medos”.
Como podem as pessoas pensar que conseguem construir uma relação de amor sob defesas e mais defesas, deixando de ser quem são e passando a ser quem não são? Armaduras e mais armaduras, colecionadas ao longo dos tempos e das experiências que os fazem sofrer ainda mais do que o próprio sofrimento de as não ter.
Talvez mesmo paradoxal… a dor de não conseguir amar sem defesas, ataques e contra-ataques não será maior ainda do que amar sendo apenas quem é, forte, mas frágil, seguro, mas inseguro, decidido mas vulnerável, perfeito mas imperfeito?
Uma das razões que pode estar por detrás desta mesma necessidade de se defender e de acionar a todo o instante os seus mecanismos de defesa pode ser o facto de em criança ter experienciado situações em que de alguma forma se sentiu em perigo ou sentiu alguma espécie de abandono. Qualquer acontecimento que reative essas mesmas experiências ainda que inconscientemente, poderão fazer despoletar essas reações defensivas. E, existem casais em que isso se observa nos dois e em que as suas histórias pessoais assim o confirmam.
Assim como existem rosas que nunca abrem, campos onde por mais que se semeie nada germina, árvores que nunca dão bom fruto… também estas relações de duelo constante se assemelham a barcos à deriva no meio de uma tempestade, com duas pessoas mais preocupadas em saber quem comanda o barco do que em se salvarem, a eles, e por vezes, aos seus próprios filhos.
E isto, sim, não é amor nem aqui, nem em lado nenhum. É tóxico e acaba com uma relação.
2 - CULPA, CULPA E MAIS CULPA
Um dos registos mais comuns dos casais e com maior impacto negativo na relação é o “jogo da culpa”.
“A culpa é tua, não é minha!”, “E quem é o culpado?”, “O que está a acontecer é culpa de quem?”, “Só podias ser tu a fazer isto!”…
Estas são apenas algumas das frases mais pronunciadas, neste jogo em que não existem vencedores, apenas vencidos.
Numa relação, quando existe verdadeiro amor, ninguém quer que o outro se sinta culpado. E não é sonho, fantasia ou idealização. Existem casais que não tem esta necessidade de culpar o outro por tudo de errado que acontece nas suas vidas ou na relação.
Pelo contrário, existem outros que se culpam mutuamente a cada instante, nem que seja porque a vida não lhes corre como queriam e o outro é culpado disso. É culpado das suas frustrações, inseguranças, medos, angustias, ansiedades, pressões familiares, tensões no trabalho, falta de iniciativa, falta de persistência, insucesso e até da sua preguiça.
Uma das razões por detrás de toda esta “cavalgada de culpabilização” pode prender-se com o facto de não ter vivido um vinculo seguro onde a aceitação do erro e da imperfeição fossem constantes e interiorizadas como algo natural, mas como situações dramáticas, seguindo esse mesmo modelo de culpabilização generalizada.
Alguém que o culpa repetidamente por tudo o que acontece de menos bom na relação, não é seguramente uma pessoa que o Ama. Essa pessoa não consegue nem amar-se a si próprio com toda a culpa que carrega. Como conseguirá amar o outro?
A necessidade de culpar o próximo evidencia na maioria das situações uma baixa autoestima, que perversamente “sobe” e “desce” ao sabor do sucesso/insucesso dessa mesma culpabilização.
A necessidade de culpabilização do outro é um dos comportamentos mais tóxicos nas relações e conduz inevitavelmente a uma relação não de amor mas de tortura, com sérias consequências a nível psicológico e emocional.
3- FALTA DE CONEXÃO EMOCIONAL
A intimidade sexual num casal é muito importante, mas é a conexão e a intimidade emocional que promove a longevidade das relações.
E, como se nutre essa conexão emocional?
O termo conexão significa estar ligado a…
Conexão emocional, significa estar ligado às emoções do outro.
E, em que é que isso se traduz?
Significa interessar-se por aquilo que é importante para o outro. Envolve empatia sim, mas muito para além de estar atento às necessidades do outro. Estou a referir-me às atitudes que tem face aos interesses demonstrados pelo seu companheiro.
Como reage quando ele se interessa por algo? Quando ele chama a sua atenção para algo importante para ele?
Sabia que isso pode determinar o sucesso ou insucesso da sua relação?
É através desses mesmos “feedbacks” relativos às suas necessidades emocionais, psicológicas, físicas… mas também aos seus interesses, que o seu companheiro vai aferir e sentir se se interessa por ele e se o ama verdadeiramente.
Não estou a dizer que passe a viver a vida do seu companheiro ou que esteja atento a tudo o que acontece com ele a cada segundo, que vá jogar ou ver futebol todos os dias ou mesmo correr com ele apesar de não gostar. Nada disso!
O que estou a tentar dizer-lhe é que ao interessar-se por aquilo que é importante para o seu companheiro, ele vai sentir-se aceite, compreendido e valorizado e especialmente, vai sentir que apesar de poder ter interesses diferentes, os dele são tidos em consideração e não desprezados ou desvalorizados.
O não dar relevância, mostrar total desinteresse, ou criticar aquilo que ele/ela gostam, pode fazer com que o seu companheiro sinta que não o aceita ou que não gosta dele e fazer com que comece a fazer o mesmo relativamente ao que gosta ou prefere. Não se trata de gostar do mesmo, trata-se de respeitar os gostos do outro.
4 - CRITICISMO NEGATIVO
A critica constante condena uma relação e mata o Amor aos bocadinhos.
A maioria das pessoas não tem essa mesma noção, mas o facto de estar constantemente a descobrir aspetos negativos no seu companheiro e o mal-estar e desconforto que isso lhe vai provocar, ainda que tenha uma autoestima reforçada, pode fazer com que também ele “por contagio” o comece a fazer consigo.
E, esta não é uma “montanha” que se sobe até ao topo para ver uma vista maravilhosa. Garanto-lhe que não é. Conforme a forem subindo, vão se sentindo cada vez pior, pois vão começar a deixar de se ver, até que desaparecem de todo da vista um do outro.
Os motivos apresentados costumam ser mais que muitos: porque não partilha, porque não se veste bem, porque não sabe fazer, porque não sabe falar, porque não está, porque não respira nem sorri da maneira adequada, porque, porque, porque… tudo serve para criticar.
Se o objetivo é encontrar o que está errado ou menos bem, acredite, não vai sair dai tão depressa. Pode até passar a sua vida inteira nesse “deserto” e não vai encontrar água.
Sabia que mesmo nas relações mais “empobrecidas” existem aspetos positivos?
Se o barco onde se encontra teima rumar em direção à “ilha escura” mude o rumo e pergunte-se: porque sinto tanta necessidade de criticar? Será que as criticas que eu faço se prendem de alguma forma com características da minha personalidade, ou comportamentos meus que menos gosto?
Se chegar à conclusão que são efetivamente atitudes e comportamentos do seu companheiro que não consegue aceitar, não critique negativamente, converse com ele, diga o que sente e tentem perceber de que forma é possível lidar com elas ou modifica-las.
Para dizer o que sente e do que não gosta não precisa de estar sempre a repetir o mesmo, desvalorizar ou de o dizer em tom agressivo.
5 - FALSA INTERPRETAÇÕES ADIVINHAÇÕES E SILÊNCIOS
Todos eles são verdadeiras “minas” numa relação.
As falsas interpretações são o que mais conflitos gera.
A adivinhação é o que mais equívocos provoca.
Os silêncios são o indício de uma separação emocional.
Comunicar é difícil. Com emoções ao rubro, mais ainda.
Não visualize a interpretação que fez como sendo a verdade absoluta. Pode ter entendido mal. Pergunte o que a outra pessoa quis dizer.
Por vezes enquanto estou com os casais pergunto-me: mas como podem pensar “coisas” tão perversas acerca da intencionalidade um do outro, se dizem que se amam? Não será esta a maior das contradições?
Quem diz que ama e confia no Amor que o outro sente, não pensa que o ele tem a intenção de o castigar ou causar dano. Pois, isto deveria ser assim, mas as experiências do passado estão no presente, o filtro das memórias não dá descanso e o medo e receio são acionados.
Frase chave: quero-te bem! Um verdadeiro desactivador desta mina.
Também adivinhar o que o outro pensa, sente ou quer pode ser asneira. Pergunte! Não tire conclusões! Você não está dentro da cabeça da outra pessoa. Ela é diferente.
Não deixa que o silêncio entre, e se “instale” na sua relação. Pior do que um casal que discute, é um casal que “perdeu a voz”, indiferente. Os silêncios podem provocar maior danos a uma relação e aos próprios, do que acesas discussões. Se não conseguem conversar, peçam ajuda.
6 - COMPETIÇÃO E COMPARAÇÕES
Este é sem duvida um dos elementos mais tóxicos numa relação, especialmente potenciado por esta sociedade em que todos nós vivemos. Assisto nos últimos anos cada vez mais a competição por sucesso, por imagem, por poder, por dinheiro no seio das relações amorosas. Muitas delas acabam em separação e divórcio.
Competição e Amor não são realidades compatíveis. Numa relação, a competição pode acabar com o Amor e a maioria das vezes acaba mesmo.
Mais uma vez realço que não estou a referir-me a meros jogos de diversão, corridas, desafios positivos de vária ordem que geram aproximação no casal. Refiro-me à competição aguerrida por ganhar mais, ter mais sucesso, captar mais atenção, ter melhor imagem… e estar constantemente a fazer comparações. Estes dois “ingredientes” quando juntos podem fazer explodir a mais promissora das relações.
Numa relação de amor, não há que provar ao outro que se é melhor, que se está à frente dele, que se consegue mais… existe sim o querer amoroso que o outro também cresça, evolua e se torne ainda melhor pessoa. E, quando se sente que de alguma forma ele hesita, ou mesmo estagna, tudo fazemos para que ele acredite, confie nele e continue a sua “missão”.
7 - “MENORIZAR”O SUCESSO DO OUTRO
Se existem fatores que influenciam determinantemente o insucesso de uma relação este é um deles: menorizar o sucesso do outro ou mesmo não conseguir partilhar com ele os seus momentos mais felizes.
E acreditem: e o que mais se vê por ai…
As formas que reveste esta “menorização tóxica” podem ser as mais variadas, como sendo a total indiferença, a resposta evasiva, como por exemplo: “hoje não dormi e acordei com dor de cabeça…” ou o comum comentário “que bom para ti!”
Quem sabe amá-lo, partilha o seu sucesso como se fosse dele. Demonstra genuíno interesse nas suas conquistas e alegrias. Ri e pula consigo. Não se comporta como se nada tivesse acontecido. Elogia, reconhece e valoriza. Não tem necessidade de acrescentar sempre algo.
Esta partilha emocional significa também um reforço na qualidade da relação. Quanto melhor o casal souber partilhar os bons momentos um do outro, maior proximidade emocional existirá.
A incapacidade de o fazer, pode assentar em razões de vária ordem, designadamente, inveja, falta de valorização e aceitação, insegurança, e normalmente anda de “mãos dadas” com o egocentrismo, egoísmo e incapacidade de amar o outro.
Não é por acaso que esta é uma das queixas que mais ouço. Mulheres e homens de varias faixas etárias queixam-se que os seus companheiros não conseguem partilhar a sua felicidade.
Será que estamos todos a ficar tão focados em nós e na nossa felicidade que a felicidade do outro deixou de ter importância?
Prefiro acreditar que andamos distraídos e dizer:
Amar também é conseguir sentir e viver a felicidade do outro!
Se este artigo lhe pareceu interessante, poderá encontrar no meu quinto e Novo Livro “Verdades, Mentiras e Porquês” ou no meu site www.margaridavieitez.com muitas das questões aqui abordadas.
Muito Obrigada pela sua atenção!
Por Margarida Vieitez - especialista em mediação familiar, de conflitos e aconselhamento conjugal, e dedica-se há mais de 20 anos ao estudo e acompanhamento de conflitos de diversa ordem, nomeadamente, familiares, conjugais e divórcio. Detentora de seis pós graduações, entre as quais, em Mediação Familiar pela Universidade de Sevilha, em Mediação de Conflitos e, em Saúde Mental, ministrou vários cursos de Mediação Familiar no Instituto de Psicologia Aplicada, estando frequentemente presente em conferências e seminários. Autora de vários livros, dentro os quais, "O melhor da vida começa aos 40", "Sos Manipuladores" e "Pessoas que nos fazem Felizes" .
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