Grávidas se preparam para o parto por meio de fisioterapia

A fisioterapia pélvica auxilia a mulher durante a gestação, no parto e também no pós-parto

Não é novidade que o cuidado com a saúde da mulher deve ser redobrado durante a gravidez. Tendo isso em vista, cada vez mais gestantes têm seguido a indicação de seus obstetras para procurar a fisioterapia pélvica e preparar o assoalho pélvico para o momento do parto. “Eu incentivo muito a fisioterapia. Temos tido cada vez mais resultados satisfatórios, aumentando consideravelmente os partos via vaginal”, afirmou a ginecologista e obstetra Raphaela Bueno.

Uma gravidez provoca diversas mudanças no corpo da mulher e a fisioterapia ajuda não só no momento do parto, mas também durante a gestação. Uma dessas mudanças é o crescimento do útero que acaba pesando na bexiga, gerando a incontinência urinária. “Independente da via de parto, só o fato da mulher engravidar já deixa o músculo fraco”, afirmou a fisioterapeuta pélvica especialista em saúde da mulher, Anne Turbiani. “Começamos os exercícios a partir de 12 semanas de gestação”.

Juliane revela que teve conhecimento da fisioterapia pélvica quando começou a trabalhar como recepcionista em uma clínica na Asa Sul

Os exercícios também contribuem para diminuir as dores comumente sentidas pelas mulheres. “Também trabalhamos o controle das dores mais comuns nas gestantes, como as dores lombares, pélvicas, e qualquer outra queixa de dor que tenha associação. Trabalhamos a parte da dor e fortalecimento do assoalho pélvico”, explicou Anne. Juliane Oliveira está com 9 meses de gravidez, planeja ter um parto normal e relata que a fisioterapia tem ajudado nas dores. “A fisioterapia vem me auxiliando em várias coisas, principalmente nas dores”, enfatizou a recepcionista que faz fisioterapia desde o sétimo mês.

Para as mulheres que pretendem ter um parto normal são realizados exercícios específicos, como esclarece Anne. “São trabalhados o fortalecimento muscular e depois da 34ª semana trabalhamos o alongamento dessa musculatura para evitar a episiotomia, corte que o médico faz para o bebê sair, ou as lacerações provocadas pela cabeça do bebê quando a musculatura não está alongada”. A partir da 38ª semana é treinada a expulsão do neném. “Esse exercício é feito para a mulher entender qual a força, o jeito que deve ser feito para liberar o bebê”.

De acordo com Raphaela Bueno, os benefícios dos exercícios destinados ao parto via vaginal ou normal são perceptíveis. “Durante o trabalho de parto ela pode fazer esses exercícios que com certeza vão ajudar tanto para que o neném desça mais rápido, quanto na dilatação. Elas têm um trabalho de parto normalmente mais rápido”. A obstetra conta ainda que tem observado um bom desfecho em todos os casos, independente da via de parto, normal ou cesárea.

Pós-parto

Para o pós-parto os benefícios são de prevenção, como observa a fisioterapeuta Anne. “É realmente uma prevenção, como no pós-parto, para não ter nenhuma fraqueza muscular. E também para quando os órgãos voltarem para a pelve, não ter prolapsos, que são as quedas dos órgãos no canal vaginal ou, às vezes, até no reto”.

Após o parto, depois de 35 a 40 dias é dada a alta pelo obstetra e a mulher retorna à fisioterapia para uma reavaliação para o que deve ser trabalhado. “Elas voltam e nós fazemos uma reavaliação para ver como estão as musculaturas do assoalho pélvico e do abdômen e trabalhamos o fortalecimento das duas musculaturas”.

Cuidados assoalho pélvico
Anne atua nas áreas de uroginecologia, uropediatria e obstetrícia

A fisioterapeuta Anne Turbiani acredita que todos deveriam procurar a fisioterapia pélvica, independente de uma gravidez, para avaliação do músculo. “O assoalho pélvico não é uma musculatura muito conhecida, muito divulgada”.

Anne pede atenção ao assunto. “Existem várias disfunções que são tratáveis e acabamos deixando de lado por falta de conhecimento. Tem mulheres que têm ressecamento vaginal, dores durante a relação sexual, que já tiveram algum parto há 20, 30 anos, mas que ainda tem algum trauma na região. Como é músculo, a fisioterapia ajuda a melhorar as disfunções que, infelizmente, acometem muito o público feminino”.

Por Ellana Oliveira.

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