Lideranças femininas estão inspirando outras mulheres a construir um Brasil Certo
O que torna uma pessoa a ser líder de sua comunidade? O que a faz agente de transformação em seu bairro, na rua, na escola, na política? O que a torna destaque? A indignação e a vontade de fazer o bem são essenciais. Depois vem a força de vontade, mas, por vezes, a falta de preparo faz com que alguns líderes natos “tropecem” em algumas etapas. Histórias de pessoas reais, exemplos de liderança, serão contadas pelo Brasil Certo, programa que orienta mulheres sobre como participar da política de forma responsável, defender seus direitos, fiscalizar recursos públicos, mobilizar a comunidade e se comunicar de forma eficaz nas redes sociais.
As histórias contadas em primeira pessoa são o início desse projeto que foi lançado em Dourados, no começo de março, pela senadora Soraya Thronicke, presidente do PSL Mulher. “Precisamos tangibilizar essas questões, pois são imprescindíveis para que potenciais lideranças consigam visualizar o que pode ser feito com os cursos e palestras gratuitas que iremos oferecer pelas plataformas digitais”, explica.
Maria Marta dos Santos é uma dessas mulheres. Bibliotecária, mudou-se de Bandeirantes para Dourados (MS) em 2015. “Fiquei apaixonada pela cultura do município, pela diversidade cultural”, relata. Chegou à escola em Dourados, num dos bairros mais violentos do município. Quando acessou seu posto de trabalho, viu a quantidade de livros e se propôs a ampliar as oportunidades dos estudantes mais carentes. Ela, que sempre gostou de artesanato, usou sua habilidade para mudar não só a sua vida, mas a escola em que trabalha.
Mesmo com apenas 70 obras da literatura brasileira e a coleção da enciclopédia Barsa, que ela diz ser o Google do seu tempo de escola, ela recriou os personagens da vida real e da ficção a partir de materiais recicláveis e eles ficam espalhados na biblioteca. A curiosidade dos alunos vem pelos bonecos com tecidos que seriam descartados. É de Cora Coralina ao descobridor da energia elétrica, que não é Thomas Edison e sim Nikola Tesla. “Thomas Edison registrou a patente e Nikola Tesla foi passado para trás”, conta a bibliotecária. É dessa forma que ela atrai o interesse dos estudantes e faz com que a curiosidade os obrigue a abrir um livro.
Para estimular o interesse dos jovens, ela uniu o artesanato a possibilidade de criar um longa metragem. Os bonecos que ela confecciona são todos articulados e com eles, “é possível criar animações”, explica. Agora ela quer que os jovens consigam usar esses fantoches para contar histórias e ampliar o conhecimento de outros estudantes.
Maria Marta sonha e trabalha para concretizá-los. Ela adotou Dourados e a região. Comprou uma área e construiu um salão. Quer montar uma biblioteca e ensinar outras mulheres a fazer os bonecos articulados que ela inventou. “Pode ser uma renda extra”, explicou. Além disso, quer organizar uma sala onde as mães possam deixar suas crianças para que elas façam suas tarefas.
Maria Marta quer agora estimular para que os estudantes em fase de vestibular dividam uma obra da literatura e cada um fique responsável em gravar um trecho de um livro. “Assim teremos um audiobook”, comemora. Ela explica que cada um pode gravar o trecho no celular dos seus pais mesmo. “Assim, consigo dar a oportunidade para que eles acessem as informações.
Os bonecos salvaram sua vida
Com depressão, Maria Marta conta que os bonecos acabaram salvando sua vida. A mãe também costurava e ela pegava os retalhos desde criança para fazer as bonecas. “Tinha dois trabalhos, fiquei doente e acabei precisando sair de um dos empregos. Estava com depressão e voltei a fazer os bonecos. Quando passei a comercializá-los, minha renda voltou a melhorar, eu me animei”, conta. A bibliotecária e artesã comenta que, hoje, depende da venda dos bonecos para sobreviver.
Ela não guarda essa criação só para ela. Os três filhos usaram seus bonecos em algum momento da sua vida, em suas carreiras. A técnica de enfermagem usou os fantoches para falar sobre saúde. O outro filho, que é educador físico, usou-os para contação de histórias, e o mais novo os levou para a Feira de Ciências por meio remoto e, assim, ela pode ensinar outras mulheres a fazer os bonecos e complementar a renda. “Queria ampliar, mas preciso que me auxiliem na filmagem”, sonha.
Sobre o Brasil Certo
O Brasil Certo quer incentivar a cidadania responsável, em busca de soluções definitivas para os problemas verificados em cidades de todo o País. O projeto foi idealizado pela senadora e presidente do PSL Mulher, Soraya Thronicke. Além de casos de mulheres inspiradoras, o projeto vai levar mais de 50 cursos on-line.
A proposta é orientar as mulheres sobre como participar da política de forma responsável, defender seus direitos, fiscalizar recursos públicos, mobilizar a comunidade e se comunicar de forma eficaz nas redes sociais. Para saber mais, acesse: www.brasilcerto.com.br