O vice-presidente da Câmara Legislativa e presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento da Vacinação (Conav/Unale), deputado Delmasso (Republicanos) se reuniu, nesta segunda-feira (31), com o diretor de Estratégia Institucional e o diretor de Estratégias Jurídicas do Instituto Butantan, Raul Machado e Paulo Capelotto. Outros demais membros da comissão também participaram da reunião, deputados Zilá Breitenbach (PSDB-RS), Roberta Arraes (PP-PE), Goretti Reis (PSD-SE), Lídio Lopes (PATI-MS) e Coronel Adailton (PP-GO).
Na ocasião, Delmasso pontuou a importância do trabalho desenvolvido pelo instituto e aproveitou para esclarecer dúvidas sobre a ButanVac — primeira vacina 100% brasileira contra a covid-19, já em processo de produção, que deve entregar 40 milhões de doses em julho, mas com potencial de produção de mais de 140 milhões de doses. O imunizante ainda está em processo de estudos clínicos e não tem a aprovação de uso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Reconhecemos a importância que tem o Butantan para que hoje estejamos caminhando para um futuro em que teremos uma vida normal, já que sete em cada dez imunizados no Brasil, utilizam a Coronavac, hoje", destacou Delmasso.
O distrital e os demais parlamentares deram início a uma série de questionamentos sobre a vacina já em uso no Brasil e a que está em fase de testes e produção, em questão de quantidades, imunogenicidade, cobertura vacinal contra novas variantes, diferenças e perspectivas para a célere ampliação do quantitativo de doses e vacinados.
"A principal diferença entre a Coronavac e a Butanvac é que o vírus do imunizante brasileiro é multiplicado em base de ovo, já utilizada em larga escala na produção da vacina da gripe, sendo o Brasil o segundo maior produtor desse tipo de vacina no mundo. Além disso, o instituto já domina a tecnologia de produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), ou seja, ela é 100% desenvolvida aqui e mais rápida de ser fabricada", explicou Raul Machado.
Ainda de acordo com Raul, o imunizante já está sendo produzida em solo brasileiro, na mesma fábrica em que são feitos os imunizantes contra a gripe e diferente da Coronavac, utilizando mais de 550 mil ovos por dia. Quanto a aprovação de uso pela Anvisa, Machado diz que o prazo vai depender da última fase de ensaio clínico, que deve ser concluído até o terceiro trimestre do ano. Mas afirma que a quantidade da primeira remessa já será bem significativa.
Em primeira mão, o diretor do instituto afirmou que os estudos, ainda não publicados, demonstram que o novo imunizante será uma versão 2.0, muito mais promissor em questão de eficácia e inclusão de novas variantes, do que os que já estão em uso no mundo. Mas que mesmo assim, o Butantan continuará a produzir a Coronavac e que já está sendo feita as estruturações para que o Butantan produza o IFA, para que ela também seja produzida integralmente em solo brasileiro. Isso porque "não se deve colocar todos os ovos em uma cesta só".
"O lema do Butantan é trabalhar pela vida. Nós e a Anvisa trabalhamos em conjunto, então assim que possível repassaremos os dados para avaliação e aprovação de uso. Quanto a essa independência, vimos que muitos países dependendo de poucos países produtores de insumos e equipamentos, foi desastroso. Por isso, temos que valorizar as competências regionais e fazer parcerias, e é isso que o Butantan tem feito", concluiu Machado.
CASO SERRANA
Outro ponto levantado para reforçar a importância da vacinação foi o estudo sobre a cidade de Serrana-SP, divulgado hoje. Os resultados da vacinação em massa na cidade revelam que com 75% de vacinados com a segunda dose do imunizante, a pandemia pode ser controlada. Além disso, a cidade reduziu 95% das mortes após vacinação, 80% o número de casos sintomáticos e 86% das hospitalizações.
"Esse estudo nos mostra que nada adianta a vacinação individual, apenas a vacinação coletiva permitirá o retorno à normalidade. Por isso, é importante a trabalho da CONAV UNALE, e essa preocupação em se unir para articular soluções", destacou Paulo Capelotto.
Os diretores ainda reforçaram a importância de se desenvolver campanhas para que as pessoas tomem a segunda dose do imunizante contra a Covid-19 e também não deixem de tomar a vacina contra a Influenza. A demanda foi recebida pelos parlamentares, que devem encaminhar ofício para os estados ajudarem na divulgação.
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