Uma propriedade rural histórica encravada no cerrado, a Fazendinha JK, última morada do ex-presidente Juscelino Kubitscheck (1902-1976), entrou na rota de uma ação conjunta da Secretaria de Turismo do Distrito Federal com empreendedores e as prefeituras dos municípios goianos de Luziânia e Novo Gama. A ideia é criar um novo polo turístico nessa região do Entorno do DF.
Essa articulação surgiu durante a visita à área que foi realizada pela Secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça, a primeira autoridade do setor a visitar a Fazendinha JK, localizada em Luziânia. Para a secretária Vanessa Mendonça, essa é uma oportunidade de mostrar uma parte relevante da história da vida do presidente que planejou Brasília.
“Esse lugar tem um valor histórico muito importante e precisa ser apresentado e vivenciado pelos turistas que visitam a Capital Federal. Eu fico muito feliz em saber que a família do senhor Antônio Henrique e da Rosana vem preservando, ao longo desses anos, com tanto carinho, a fazenda que pertenceu a JK”, destacou a Secretária.
A secretária de Turismo esteve no local em companhia de dez influenciadores digitais, numa ação que busca levar estruturação e promoção a pontos turísticos relevantes do DF e entorno. E agora traça com os parceiros novos projetos para aproveitar o espaço turístico ao desenvolvimento da região.
O encontro teve como foco principal destacar a Fazendinha JK como um ponto turístico e uma rota importante no desenvolvimento dos municípios vizinhos, trazendo para a população mais uma opção de turismo ecológico, cívico, rural e gastronômico.
Na visita, também estiveram presentes: Sara Alves e Cleber Moraes, assessores da Secretaria de Turismo de Luziânia; Tânia de Lima, presidente da Associação de Artesãos de Luziânia; Fabiana Alves, representante da Secretaria de Desporto, Lazer, Cultura e Turismo do Novo Gama; João Paulo Brito, diretor de Esporte do Novo Gama; e Marcos Souza, guia de turismo da BSBTour.
Em 1969, Juscelino realizou o sonho de ser fazendeiro no Planalto Central ao adquirir a Fazenda JK, em Luziânia (GO), e lá mostrou que o solo do cerrado é produtivo.
Com essa foi a primeira vez que um secretário do Turismo do DF esteve presente na Fazendinha JK, o proprietário Antônio Henrique considerou a visita como um momento significativo para a história do local. “Tenho certeza de que a presença da Secretária e de todos os influenciadores vai alavancar o turismo, fazendo com que o Brasil conheça a Fazendinha e toda essa história do JK. Isso é um marco para a nossa fazenda e para todos nós”, ressalta Antônio.
Opinião semelhante foi manifestada por representantes dos municípios de Goiás que acompanharam a visita, como foi o caso do assessor de Projetos da Prefeitura de Luziânia, Telmo Ribeiro. “Estamos iniciando o desenvolvendo de um plano estratégico de turismo aqui no município. E com essa visita, inauguramos uma nova etapa de articulação e estreitamento de relacionamento que vai beneficiar, não apenas Luziânia, mas toda essa região”, vislumbrou Ribeiro. “Estamos agradecidos pelo fato de a Secretária ter reconhecido o potencial de nossa cidade”, pontuou.
Cantinho especial
Um dos influenciadores digitais que acompanharam a visita, Tatiana Martins, do perfil @viajoporisso, ressaltou a importância do evento para compartilhar com seus seguidores. “Eu tenho um projeto chamado Explorando os arredores de Brasília e estou impressionada em saber que temos toda essa história, esse acervo da vida do JK aqui pertinho. Isso me deixa muito feliz e tenho certeza de que muitos dos meus seguidores, que não conheciam a Fazendinha, vão ficar impressionados com esse cantinho especial”, afirmou a influenciadora.
Além de Tatiana, também foram convidados a acompanhar a visita e conhecer o espaço os seguintes influenciadores: Cris Mesquita (@crismesquitaoficial); Carol Ferreira e Luciano Ávila (@grupotrevobrasilia); Carol Biangulo (@carolbiangulo); Roberta Duarte (@brasiliakids); Cris Coimbra (@euemeustres); Frécia Melo (@frecinha); Thiago Malva (@thiago_malva); e Danillo Costa (@danillocosta).
Museu histórico
O local é preservado pelos atuais proprietários – o casal Antônio Henrique Belizário Servo e Rosana de Queiroz Servo. Até hoje o imóvel continua exatamente como era na época em que ali viveram o ex-presidente da República e sua esposa, Dona Sarah.
Móveis, enxovais, louças, artigos de decoração, obras de arte e a biblioteca particular, tudo pertence e remonta ao tempo em que JK residiu na propriedade. A fazenda é um museu histórico. Fechada para a visitaram durante a pandemia, os gestores públicos pretendem retomar as visitas nas próximas semanas.
A última morada do ex-presidente Juscelino Kubitschek é o único projeto em zona rural que leva o traço do renomado arquiteto Oscar Niemeyer. A obra ganhou mais relevo por contar com o paisagismo que compõe o cenário idealizado por Roberto Burle Marx, um ícone dos belos jardins da capital.
Juscelino Kubitschek, em uma viagem a Brasília, teve seu pouso proibido pelo governo militar no aeroporto da Capital. Como a aeronave estava com problemas, foi autorizado a pousar no aeroporto rural de Brasília, localizado em Luziânia.
Ao chegar, com muitas saudades do filho – Brasília – que ele não viu crescer, pediu para as pessoas ali presentes que o levassem a algum lugar que pudesse pelo menos vislumbrar ao longe a sua criação. Foi levado então para a rodovia Braluz, km 18, onde ele pôde contemplar as luzes de capital do Brasil ao entardecer.
Decidiu então adquirir uma fazenda nessa localização, conhecida como Fazenda Santo Antônio da Boa Vista, no ano de 1969. Era um projeto estudado pelo ex-presidente em seu exílio: ser fazendeiro no Planalto Central. Denominou então a propriedade como Fazendinha JK.
Posteriormente, a Fazendinha foi adquirida pelo ex-deputado estadual pelo Paraná Lázaro Servo no ano de 1984, em uma negociação com a viúva do ex-presidente, Dona Sarah Lemos Kubitschek, já com a intenção de preservá-la intacta.
A Fazendinha possuía originalmente 310 alqueires, que foram usados como laboratório agrícola por JK em uma parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), provando que o cerrado é produtivo, cultivando na época eucalipto, café, milho, trigo, arroz, feijão e soja. Esse foi o último grande legado que Juscelino deixou para o Brasil. Hoje o cerrado é o celeiro agrícola do país.
Mais informações:
https://www.instagram.com/fazendinha_jk/