Casados há 64 anos, Izan e Albanita ficaram 12 dias separados; melhora foi significativa após equipe de saúde unir os dois
“Minha mãe tem Alzheimer e meu pai ficou desesperado quando precisou ser internado. Eles se chamam de namorados até hoje. Mesmo com a demência, minha mãe ficava em casa perguntando onde estava o amor dela, sem consciência da internação. Ele, no hospital, desesperado pela distância”, conta a filha, Patrícia Bauer.
Apesar do susto do diagnóstico dos dois, Patrícia conta que o reencontro foi emocionante e que o pai apresentou melhora visível após ficar perto da esposa. “Eles nunca tinham ficado separados. Os exames do meu pai melhoraram com a minha mãe perto”, complementa.
Humanização
Além de possibilitar que o casal compartilhasse o mesmo quarto, a equipe do hospital juntou as camas, facilitando ainda mais a proximidade entre os dois. A clínica médica Larissa Hermann conta que esta providência simples ajudou a melhorar até a saturação do casal, que estava baixa por conta da infecção da covid.
“Os dois são pacientes mais idosos e que já tinham algumas doenças. Graças ao quadro de vacinas da covid-19 em dia, eles não precisaram de cuidados mais intensivos da UTI. O seu Izan nos disse que foi a melhor noite que ele teve desde o início da internação porque conseguiu dormir perto da esposa. São esses depoimentos que nos levam a acreditar ainda mais no nosso trabalho”, explica.
“O bem-estar deles e a melhora cognitiva por estarem juntos foi algo bem impactante. E não tem como ser diferente aqui dentro; essa proximidade dos dois precisava ser continuada”, reforça a psicóloga Ana Campos.
Referência
Desde o início da pandemia da covid-19, o Hospital Marcelino Champagnat foi referência no tratamento de pacientes com a infecção e coleciona momentos emocionantes de superação.
Para que histórias de sucesso em meio a essa batalha pudessem ser contadas, a instituição organizou espaços físicos, construindo novos fluxos para atendimento dos casos suspeitos da covid, separados dos diagnósticos de outras doenças, que não deixaram de existir e não podiam esperar a pandemia passar para serem tratadas, como casos de doenças crônicas, AVCs e infartos. Aliado a isso, profissionais trabalharam incansavelmente no atendimento e nas pesquisas para descobrir a melhor forma de cuidado. Milhares de pacientes foram atendidos, alguns passaram meses internados na UTI ou em leitos clínicos, antes de voltar para casa.