Dia Mundial do Alzheimer: Ciência traz motivos para esperança

Com o tema “Nunca é cedo demais, nunca é tarde demais”, uma campanha global busca discutir os fatores de risco e a importância do diagnóstico precoce da doença





Neste Dia Mundial do Alzheimer (21/9), a médica Ana Cláudia Pires Carvalho, neurologista do hospital Anchieta, pertencente à Kora Saúde, avalia que algumas boas notícias podem ser motivo de esperança para os pacientes e seus familiares. 

“Novas pesquisas foram e estão sendo realizadas para melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença. Novos exames de imagem, de sangue e de líquor possibilitam o diagnóstico mais precoce da doença, até mesmo em estágios anteriores ao aparecimento dos sintomas”, afirma a neurologista. 

Segundo ela, um desses exames, descoberto atualmente, pode detectar o Alzheimer até 16 anos antes dos primeiros sintomas. “Esse exame mede os níveis de uma proteína chamada neurofilamento de cadeia leve (NfL), que é liberada pelos neurônios danificados pela doença. Além disso estão sendo desenvolvidos medicamentos para o tratamento cada vez mais precoce da doença, como o Donanemab e Lecanemab, com melhora da qualidade e expectativa de vida dos pacientes”, informa a dra. Ana Cláudia.


Diferença entre Alzheimer e demência

A demência é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas cognitivos, e pode ser causada por várias doenças. “A demência se caracteriza pela perda ou comprometimento das funções cognitivas, como a memória, a linguagem, o raciocínio, a concentração, o juízo, o pensamento e outras funções cerebrais”, destaca a neurologista.

Segundo a médica, a demência pode ter várias causas, sendo a mais comum a doença de Alzheimer, responsável por cerca de 60 a 70% dos casos de demência. “O Alzheimer é uma forma de demência neurodegenerativa, que afeta principalmente os idosos e que causa a morte progressiva dos neurônios no cérebro, principalmente numa região chamada hipocampo, onde nossas memórias são formadas”, explica.  


Diagnóstico precoce e critérios clínicos

O diagnóstico precoce, de acordo com a dra. Ana Cláudia, pode ajudar a retardar os sintomas do Alzheimer, pois permite que os pacientes iniciem o tratamento adequado o quanto antes e possam se beneficiar dos efeitos dos medicamentos que visam diminuir a progressão da doença. “Além disso, o diagnóstico precoce também pode facilitar o planejamento dos cuidados futuros e o apoio aos pacientes e seus familiares”, continua a médica. 

Em relação aos novos critérios clínicos para a doença de Alzheimer, lançados no dia 15 de julho deste ano, a neurologista explica que esses critérios atualizados visam melhorar a precisão do diagnóstico e a identificação de estágios iniciais da doença. Segundo a médica, as principais novidades incluem a incorporação de biomarcadores, como exames de imagem cerebral e análise do líquido cefalorraquidiano (líquor), para auxiliar no diagnóstico precoce e na diferenciação entre o Alzheimer e outras formas de demência. 


Demências tratáveis

 Nem todas as formas de demência são tratáveis ou reversíveis, mas, conforme explica a dra. Ana Cláudia, existem certos tipos de demência que podem ser curadas ou melhoradas se a causa for identificada e tratada adequadamente. A médica cita, como exemplos, a deficiência de vitamina B12, o hipotireoidismo, a hidrocefalia de pressão normal, algumas infecções cerebrais, como meningite, encefalite ou neurossífilis, e intoxicações, como álcool, drogas, metais pesados ou medicamentos. 

“O Alzheimer não é reversível, mas há novos medicamentos para o tratamento da doença. Eles são anticorpos que agem diminuindo a proteína beta-amiloide no cérebro. Essa proteína se acumula em estruturas cerebrais e é associada ao surgimento da doença de Alzheimer. Os três medicamentos desse tipo mais bem estudados, até o momento, e que já mostraram benefício para uma parte dos pacientes são o Aducanumab, Lecanemab e Donanemab”, informa dra. Ana Cláudia. 

A neurologista ressalta, no entanto, que essas medicações continuam em estudo, têm indicações específicas e não servem para qualquer caso da doença. Ainda assim, isso pode ser considerado um grande avanço no tratamento da doença. 


Formas de prevenção

A dra. Ana Cláudia destaca que há algumas formas de se prevenir a doença de Alzheimer – ou de pelo menos reduzir o risco de desenvolvê-la: 

  • Estimular o cérebro com jogos de estratégia, leitura e estudo; 

  • praticar atividade física regularmente; 

  • adotar uma dieta saudável, com pouca gordura e rica em frutas, verduras e peixes; 

  • dormir bem; 

  • manter a pressão arterial, o peso e o colesterol controlados; 

  • controlar o estresse e evitar situações de isolamento social; 

  • não fumar; e 

  • não consumir bebida alcoólica em excesso.  

Essas dicas podem ajudar a manter o cérebro ativo e nutrido, além de prevenir problemas cardíacos que podem afetar a circulação cerebral. No entanto, adverte a dra. Ana Cláudia, não há uma garantia de que essas medidas sejam suficientes para evitar o Alzheimer, especialmente se houver fatores genéticos envolvidos. “Por isso, é importante consultar um médico regularmente e fazer exames para detectar possíveis alterações cerebrais”, completa a médica.


Sobre a Kora Saúde 

Um dos maiores grupos hospitalares do país, a Kora Saúde possui 17 hospitais espalhados pelo Brasil e está presente no Espírito Santo (Rede Meridional nas regiões de Cariacica, Vitória, Serra, Praia da Costa, em Vila Velha, e São Mateus); Ceará (Rede OTO, todos em Fortaleza); Tocantins (Medical Palmas e Santa Thereza na cidade de Palmas); Mato Grosso (Hospital São Mateus em Cuiabá); Goiás (Instituto de Neurologia de Goiânia e Hospital Encore); e Distrito Federal (Hospital Anchieta e Hospital São Francisco). O grupo possui mais de 2 mil leitos e 11 mil colaboradores. A Kora Saúde oferece um sistema de gestão inovador, parque tecnológico de ponta e alta qualidade hospitalar, com o compromisso de praticar medicina de excelência em todas as localidades onde está presente.


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