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Especialista aponta a importância do consumo de proteína para o tratamento oncológico
Hábitos alimentares saudáveis, com maior ingestão de frutas e verduras, e a redução do consumo de alimentos ultraprocessados são de extrema importância para evitar alguns tipos de neoplasias. Mas, a alimentação também é fundamental para os pacientes já diagnosticados.
Um estudo da Oncoclínicas&Co., apresentado no último fim de semana no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), em Madrid, mostrou que pacientes com câncer de pulmão que consumiram uma quantidade maior de proteína tiveram sobrevida maior.
Segundo a oncologista clínica Tatiana Montella, da Oncoclínicas Rio de Janeiro, foram analisados 50 pacientes com câncer de pulmão, com idade média de 71 anos. Mais da metade (88%) já estava em estágio metastático.
O estudo constatou que os que consumiram 1 grama de proteína – proveniente de carne vermelha, peixes, aves, ovos ou fontes vegetais, feijões, castanhas e aveia – por quilo corporal tiveram uma sobrevida de 35 meses. Já os que consumiram uma quantidade inferior tiveram uma sobrevida menor, de 21 meses.
Adaptações na dieta dos pacientes
“Esses resultados trouxeram vantagens importantes para esses pacientes”, afirma a especialista, acrescentando que, no caso do câncer de pulmão, a oferta de nutrientes em quantidade e qualidade adequada é imprescindível para o tratamento oncológico.
Pacientes com câncer podem apresentar baixa massa muscular, o que dificulta o tratamento, já que os músculos estão envolvidos diretamente na distribuição e metabolização dos medicamentos necessários. Uma dieta mais proteica auxilia a massa magra, e os pacientes respondem melhor às terapias oferecidas.
A partir dessa constatação, o estudo sugere que sejam feitas adaptações na dieta dos pacientes, como explica a nutricionista da Oncoclínicas Rio de Janeiro, Imanuely Borchardt: “Quando identificamos essa carência nutricional, elaboramos uma dieta com maior consumo de proteína ou, para aqueles que não conseguem consumir mais proteínas, realizamos a suplementação nutricional para corrigir a quantidade adequada”, diz.
No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que durante o triênio 2023-2025 em torno de 32.300 novos casos da doença sejam diagnosticados a cada ano. E, apesar destes dados não serem novidade, os tumores pulmonares ainda lideram o ranking das doenças oncológicas que mais matam todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Rio de Janeiro, o INCA prevê três mil novos casos da neoplasia, somente este ano.