Uma das principais atividades do comitê será avaliar possíveis erros de imunização e gerar orientações a respeito | Foto: Tony Winston/ Agência Saúde |
Questões técnicas serão decididas por especialistas da Secretaria de Saúde e de sociedades médicas
Agência Brasília* | Edição: Vinicius Nader
O Distrito Federal conta agora com o Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (Cifavi) – instância formada sob orientação do Ministério da Saúde para debater e deliberar temas ligados à imunização. A criação foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de segunda-feira (22).
O Cifavi será composto por especialistas de diversas áreas da Secretaria de Saúde (SES-DF) e de sociedades médicas das áreas de vacinação e infectologia. O papel do comitê será assessorar o Programa Distrital de Imunizações, com foco na promoção da segurança e da credibilidade das vacinas.
O diretor de Vigilância Epidemiológica da SES-DF, Adriano de Oliveira, diz ser fundamental assegurar a confiança na imunização. “Tem ficado cada vez mais evidente que a hesitação vacinal ainda é a principal barreira para o aumento das coberturas”, argumenta. Portanto, uma das principais atividades do comitê será avaliar possíveis erros de imunização e gerar orientações. “Todas as áreas da SES-DF precisam ter um entendimento correto dessas ocorrências para que todos se comuniquem adequadamente, entre si e com a população. É preciso eliminar qualquer perspectiva baseada no senso comum”, completa.
Outra atribuição do comitê será realizar a investigação dos chamados “eventos supostamente atribuíveis à imunização”. Os números são baixos: de acordo com o Ministério da Saúde, no caso da vacina contra a covid-19 aplicada em todo o Brasil até junho de 2023, por exemplo, somente 0,005% das doses foram relacionadas a eventos graves. Ainda assim, trabalho de comitês como o Cifavi podem ajudar a compreender cada ocorrência.
Somente contra a covid-19, o DF fez a aplicação de 7,9 milhões de doses |
A médica pediatra infectologista Marcela Costa, da área técnica de Imunização da SES-DF, explica que é necessário investigar se existe causalidade real com a vacina. “Uma relação temporal, ou seja, algo que ocorre após a administração do imunizante, não é o mesmo que uma relação causal, que seria algo motivado pela vacina em si”, explica. Segundo ela, a maioria dos casos notificados no DF são coincidentes.
Vacinação no DF
Somente contra a covid-19, o DF fez a aplicação de 7,9 milhões de doses, sendo 860 mil em 2023. Ao longo do ano passado, as mais de 100 salas de vacinação da SES-DF foram responsáveis pela aplicação de mais de três milhões de vacinas, entre covid-19, gripe (influenza) e as previstas no calendário de rotina. Desse total, 130 mil foram dadas em ações extramuros, nas quais equipes de saúde atuaram em órgãos públicos, shoppings, terminais de ônibus, parques, igrejas e supermercados, além do uso do Carro da Vacina.
*Com informações da Secretaria de Saúde