Investimento de R$ 130 milhões vai levar energia solar para prédios públicos do DF

Inaugurada em junho, em Águas Claras, a primeira usina pública de energia solar fotovoltaica do Distrito Federal deu início à captação de energia para abastecer 80 prédios do Executivo local, uma economia prevista de R$ 1 milhão por ano aos cofres públicos | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Projeto comandado pela CEB prevê a construção de usinas fotovoltaicas, no que será a maior iniciativa do Centro-Oeste em resgate de carbono; plano também fará a renovação total da rede distrital de iluminação pública


Por Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Débora Cronemberger

Projeto que prevê a geração de energia limpa capaz de abastecer todos os prédios públicos do DF, o Brasília – Capital da Iluminação Solar já está com os estudos de viabilização em andamento. Esse é um dos principais projetos tocados pela Companhia Energética de Brasília (CEB), que conta com um investimento total de R$ 130 milhões para construir usinas fotovoltaicas para geração de 100 MW de energia.

Quando concluída, a iniciativa será a maior em resgate de carbono do Centro-Oeste, colaborando com as metas sustentáveis contra as mudanças climáticas propostas pelo GDF para os próximos anos. O projeto também inclui a modernização total da rede distrital de iluminação pública, com a instalação de 230 mil luminárias LED e a implantação do sistema de telegestão.

"O investimento na construção de uma usina fotovoltaica para atender a demanda de energia de prédios e estruturas públicas é um passo importante do Distrito Federal na conciliação entre a agenda sustentável e a gestão mais eficiente dos recursos governamentais", afirmou o presidente da CEB, Edison Garcia.

O Brasília – Capital da Iluminação Solar está alinhado com a diretriz dos principais bancos de desenvolvimento, a exemplo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do NDB (New Development Bank), o banco do Brics, no sentido de investir em iniciativas pautadas na sustentabilidade ambiental. No momento, este é o único projeto de sustentabilidade em andamento no NDB.

Do total do investimento de R$ 130 milhões, 80% são pagos pelo NDB e o restante pela CEB. O objetivo é reduzir, com a energia fotovoltaica, os valores gastos no consumo de energia elétrica, que poderão ser disponibilizados para outras áreas relevantes da gestão pública, como infraestrutura, saúde ou segurança.

CEF 11 do Gama recebeu a instalação de 80 placas fotovoltaicas no telhado da quadra poliesportiva, que estão em funcionamento desde janeiro de 2022 | Foto: Anderson Parreira/Agência Brasília

Além da evidente vantagem econômica, o projeto inovador oferece uma robusta contribuição no processo de retirada de gás carbônico da atmosfera. Atualmente, a proposta de construção da usina fotovoltaica da CEB é o maior projeto de resgate de carbono do Centro-Oeste e vai colaborar para que o GDF cumpra com as metas progressivas de, até 2028, 75% dos prédios públicos do DF utilizem energia sustentável.

Atualmente, as equipes da companhia trabalham na viabilização dos recursos para dar início à construção da usina. Em parceria com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), as placas fotovoltaicas serão instaladas em dois terrenos públicos, um em Brazlândia e outro próximo ao Museu do Catetinho.

DF em uma posição estratégica

O recurso solar para o Centro-Oeste é equivalente ao encontrado nas regiões Nordeste e Sudeste, e uma das melhores irradiações do Centro-Oeste e do Brasil se encontra no Distrito Federal.

Em um prédio padrão das asas Norte e Sul, com seis andares, oito apartamentos por andar, 1.250 m² de telhado e consumo médio por apartamento de 215 kWh/mês, é necessário utilizar apenas 40% da área do telhado para gerar a eletricidade demandada dos apartamentos.

O DF possui um território de 5.780 km². É possível gerar toda a eletricidade demandada colocando módulos fotovoltaicos em somente 0,41% dessa área, o que equivale a 24 km².

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