No Brasil, mais de 5 milhões de pessoas têm algum grau de surdez
O Dia Nacional do Surdo é celebrado no dia 26 de setembro, sendo esta data instituída pela Lei nº 11.796/2008, que visa promover a conscientização sobre a surdez e a inclusão das pessoas surdas na sociedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam algum nível de grau na perda auditiva. No Brasil, essa realidade também é alarmante, onde a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) estima que de cada mil crianças nascidas, três a cinco já apresentam deficiência auditiva, e aproximadamente 5,8 milhões de brasileiros convivem com a surdez.
A surdez pode ser classificada de diferentes formas, sendo congênita ou adquirida, e pode afetar indivíduos de todas as idades. Os impactos dessa deficiência tem resultado em desafios significativos na comunicação, o que pode afetar não apenas a saúde e a qualidade de vida, mas também o desenvolvimento acadêmico e as relações de trabalho.
Para a audiologista Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa e autora do livro Descomplicando a Perda Auditiva, a importância de se entender a surdez como aspecto da diversidade humana. “A surdez não é somente uma deficiência, mas uma maneira diferente de viver e se comunicar. É fundamental que as pessoas estejam mais abertas e preparadas para incluir pessoas surdas, proporcionando acesso à educação, saúde e oportunidades de trabalho”, afirma.
Ariane também ressalta que a conscientização sobre a surdez deve começar desde cedo. “É vital que as escolas e as famílias sejam informadas sobre as necessidades das crianças surdas, garantindo que elas tenham um ambiente inclusivo e acolhedor”, explica.
Segundo a especialista, há algumas recomendações que podem impedir essa anomalia. “Muitas causas de perda auditiva podem ser evitadas, especialmente em crianças, com medidas como a imunização contra rubéola e meningite, e o tratamento precoce de infecções do ouvido, como a otite média. Já em adultos, o controle do ruído, o uso seguro de dispositivos de áudio e a vigilância de medicamentos que podem prejudicar a audição são fundamentais”, afirma Ariane.
Ela também ressalta a importância da triagem precoce e do diagnóstico para garantir intervenções mais eficazes. “A identificação precoce da perda auditiva permite um tratamento mais eficaz, e na maioria dos casos, a reabilitação auditiva, com o uso de aparelhos auditivos ou implantes.”, explica a especialista.
A recomendação que a especialista faz é sobre empatia no diagnóstico e na convivência em sociedade. “Portanto, em celebração a data, fica a reflexão da importância, inclusão e o respeito. Sendo imprescindível agregar pessoas com essa condição nos meios sociais, para garantir que sejam respeitados e ouvidos. Além disso, com políticas públicas eficazes, é possível construir um futuro mais inclusivo e acessível para todos.”